As evidências mostram que a maior parte das doenças e maior parte das desigualdades na saúde são causados por determinantes sociais, incluindo os determinantes em saúde.
Os determinantes sociais da saúde englobam as condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem. Essas condições influenciam a possibilidade de um indivíduo ser saudável, o seu risco de doença e esperança média de vida. As desigualdades sociais em saúde correspondem a diferenças indevidas e evitáveis no estado de saúde entre os grupos na sociedade que resultam da distribuição desigual dos determinantes sociais.
Diabetes
A Diabetes Mellitus é uma doença que pode surgir tanto na infância como na adolescência ou idade adulta. Apesar dos esforços que se têm vindo a reunir para combater esta doença, a prevalência tem vindo a aumentar e Moçambique não é exceção.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Diabetes Mellitus é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina (hormona reguladora de açúcar no sangue) suficiente, ou quando o corpo não pode utilizar eficazmente a insulina que produz. O que se traduz num aumento de glicose (açúcar) no sangue (hiperglicemia), que a longo prazo pode provocar diversas complicações no organismo.
Existem diversos tipos de diabetes, sendo os mais comuns, Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional.
No mundo, 347 milhões de pessoas têm diabetes e estima-se que em 2030 seja a sétima causa de morte.
Relativamente à Diabetes tipo 2, esta é a mais frequente, e está associada a estilos de vida menos saudáveis, nomeadamente, a uma alimentação desequilibrada e de elevado valor energético, ao sedentarismo e ao excesso de peso corporal. A prevenção desta doença requer a adoção de estilos de vida saudáveis, como a realização de uma alimentação variada, equilibrada e completa; a prática de atividade física regular e o controlo do peso.
Obesidade
A obesidade é considerada uma doença crônica e de origem multifatorial. Os estilos de vida, como por exemplo, a alimentação desequilibrada e a inatividade física, são fatores que podem influenciar a prevalência desta doença, tanto em Portugal como no resto do Mundo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde. É uma doença crônica, de origem multifatorial e está associada a doenças crônico-degenerativas.
Dados da OMS referem que todos os anos morrem no mundo 2,8 milhões de pessoas como resultado do excesso de peso. A mesma organização mostra que, em 2008, mais de 1400 milhões de adultos com mais de 20 anos tinham excesso de peso. No mesmo ano, mais de 200 milhões de homens e quase 300 milhões de mulheres eram obesos.
Em 2011, mais de 40 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade, estavam acima do peso recomendado.
Vários dados têm mostrado uma relação direta entre o nível socioeconômico do país e a taxa de prevalência de pré-obesidade e obesidade do mesmo, ou seja, verifica-se uma maior proporção de pré-obesidade e obesidade nos grupos populacionais socioeconomicamente mais desfavorecidos.
Cancro
A alimentação, em particular o consumo regular de frutos e hortícolas, é uma das principais recomendações para a prevenção de cancro.
Cancro ou tumor maligno é o termo médico utilizado para denominar um vasto conjunto de doenças caracterizadas por um crescimento anormal e descontrolado das células e que, na maioria das vezes, formam uma massa chamada tumor. No entanto, alguns cancros, como os que ocorrem no sangue, não formam massas tumorais.
A investigação demonstra que determinados fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolver cancro. Os fatores de risco mais comuns, para o cancro, são a idade, o tabagismo, a radiação solar, a radiação ionizante, alguns vírus e bactérias, o álcool, a alimentação desequilibrada e de elevado valor energético, o sedentarismo, o excesso de peso, a hereditariedade, entre outros. Relativamente aos fatores de risco, deve, sempre que possível, evitá-los.
Saúde Oral
A globalização dos mercados teve um impacto significativo na dieta, levando a um consumo excessivo e, consequentemente, a doenças crónicas como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, cancro, osteoporose, mas também a doenças orais.
A saúde oral está relacionada com a dieta, por exemplo, através das influências nutricionais no desenvolvimento craniofacial, no cancro oral e nas doenças infeciosas orais. No entanto, o efeito mais significativo da alimentação é na dentição através do desenvolvimento da cárie dentária e da erosão do esmalte dentário.
Existem provas convincentes, através da realização de variados estudos, de uma associação entre a quantidade e a frequência de ingestão de alimentos ou bebidas açucaradas e a cárie dentária.
Os países com uma baixa ingestão de açúcares livres não devem aumentar o seu consumo, uma vez que a evidência disponível mostra que, quando o consumo de açúcares livres é inferior ao intervalo 15-20 kg /ano (6-10% o consumo de energia), a prevalência de cárie dentária é baixa.
Gravidez
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a gravidez corresponde aos nove meses ou mais necessários para que uma mulher carregue, no seu ventre, o embrião em desenvolvimento e o feto.
A gravidez é, para a maioria das mulheres, um momento de grande felicidade e realização, no entanto, durante a gravidez, tanto a mulher como a criança em desenvolvimento enfrentam vários riscos à saúde. Por esta razão, é importante que todas as gravidezes devam ser monitorizadas pelos prestadores de cuidados especializados.
O estado nutricional da mulher antes de engravidar é muito importante, pois irá influenciar a saúde futura tanto da mulher como do bebé. Desta forma, recomenda-se a adopção de um estilo de vida saudável para optimizar a saúde da mãe e reduzir o risco de desenvolvimento de complicações durante a gravidez e de algumas doenças no bebé.
As recomendações para uma gravidez saudável incluem:
– Aumento de peso adequado;
– Prática regular de atividade física;
– Alimentação de acordo com os guias para uma alimentação saudável (“Roda dos Alimentos”);
– Suplementação adequada de vitaminas e minerais;
– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e outras substâncias nocivas;
– Manipulação segura dos alimentos.
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